quinta-feira, 30 de junho de 2016

Com a ausência do Estado em Audiência, José Ricardo e entidades irão denunciar situação dos moradores da Arthur Bernardes ao MPF e MPE

Comunitários do Arthur Bernardes

 Manaus, 29 de junho de 2016.

              Os moradores da Comunidade Arthur Bernardes, no São Jorge, Zona Oeste, que em novembro de 2012 perderam suas casas em um incêndio ocorrido nessa localidade e que, até hoje, rei­vindicam construção de moradias por parte do Governo do Estado, projeto habitacional já licitado, mas com obras iniciais apenas de terraplanagem, e indenizações com valores atualizados, participaram na manhã de hoje (29) da Audiência Pública promovida pelo presidente da Comissão de Direitos Hu­manos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), depu­tado José Ricardo Wendling (PT).


            Apesar de terem sido convidadas e de terem confir­mado as suas participações, nem a Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), nem a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e nem a Superintendência de Estado de Habitação (Suhab) compareceram nesse importante debate. Por isso, houve entendimento de convocar e não mais convidar esses órgãos para uma próxima reunião, com data ainda a ser definida, além de ingressar com representação coletiva no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério Público Estadual (MPE), já que há recursos federais e estaduais nesse projeto habitacional, com a participação da Associação dos Moradores da Comunidade Arthur Bernardes, deputados José Ricardo e Luiz Castro (Rede), vereador Waldemir José (PT), e de entidades envolvidas nessa luta, denunciando toda essa situação.

              Leonardo Farias, presidente da Associação de Moradores da Arthur Bernardes, pri­mei­­ramente, lamentou a ausência dos órgãos do Estado, mas reforçou seu pedido para que to­dos os presentes se somem à luta para que a construção das suas casas seja efetivada es­te ano. "Vamos esgotar todas as instâncias institucionais, para que não passemos por inva­sores. Temos que acionar o Ministério Público, para que também nos ajude. Caso con­­­­trário, iremos reocupar aquele espaço e esperar o que próximo governo resolva a nossa situa­ção".

            Para o deputado José Ricardo, é um desrespeito do Estado não ter enviado nenhum representante para esse debate e garantiu que continuará na luta com os moradores. "Todo cidadão tem direito constitucional à moradia, mas, infelizmente, aqui no Amazonas e em Manaus o poder público não cria alternativas para que as famílias possam adquirir suas casas próprias. E quem padece com a falta de políticas públicas de habitação popular é a população mais carente, com menor poder aquisitivo", declarou ele, reforçando que, além da representação no MPF e MPE, também irá encaminhar todos os pleitos da Audiência aos órgãos públicos que não compareceram ao debate, cobrando providências.

            Já o vereador Waldemir José, contou que acompanha essa luta há algum tempo,  presenciando o desrespeito do Governo com a população. "Acho muito estranho o incêndio que houve nessa comunidade e mais estranho ainda é a negligência do Estado. E, hoje, esses moradores ficam na situação de pedintes perante o poder público, quando o Estado poderia estar criando alternativas, com política de Governo, para garantir moradia digna a toda a população. Estou nessa luta com todos vocês", afirmou.

            Membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Adinamar Santos destacou que o direito à moradia é um direito humano, mas que esse direito vem sendo violado no Amazonas. "No caso da Arthur Bernardes, são seis anos de espera, desde que foi anunciada a licitação para a construção das unidades habitacionais naquela área e, até agora, não concluíram. Não houve licitação? Não houve alocação de recursos? Qual é o grande impasse, já que esse projeto foi aprovado pelo Ministério das Cidades", questionou ele, ressaltando que a ausência de política habitacional no Estado é um drama vivido por milhares de pessoas.

            De acordo com Marcos Brito, da Cáritas Arquidiocesana, esses moradores sempre sofreram nas "mãos do Estado". "Antes de 2012, eram com as enchentes, e, na época, lutavam para que na área fossem construídas novas casas. Desde essa época, existia essa falta de respeito e hoje não vemos nada de diferente. Mas ainda seremos vitoriosos e será resultado da luta de todos vocês".
      
            "É um desrespeito grande por parte do Governo, de não estar presente nesse importante debate. Mas é um sinal de que temos que continuar, para uma nova etapa de luta, para que conquistemos os nossos direitos", declarou a Irmã Elizete Miranda, também moradora da área. Participaram também dessa Audiência Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM).


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