quarta-feira, 11 de novembro de 2015

José Ricardo sugere criação de Polo de Reciclagem e cobra cumprimento da Lei de Resíduos Sólidos para acabar com lixeiras clandestinas

Manaus, 11 de novembro de 2015.
Deputado José Ricardo (PT)
            A destinação dos resíduos sólidos no Polo Industrial de Manaus (PIM) foi tema de Audiência Pública, na manhã desta quarta-feira (11), promovida pelo deputado José Ricardo Wendling (PT), que há tempos vem debatendo propostas para a criação de um Polo de Reciclagem para o Estado do Amazonas, por meio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável (Caama) da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), presidida pelo deputado Luiz Castro (Rede). O debate aconteceu às 10h, no miniplenário Cônego Azevedo, térreo da Assembleia.

            Na ocasião, foi cobrada a criação de Aterro Licenciado de Resíduos Industriais, uma ação integrada com a classe empresarial, poder público e sociedade civil, conforme determinação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos; implantação do processo de reciclagem desses materiais do PIM; unificação do Inventário de Resíduos Sólidos Estadual, hoje em prática pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente  e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e em processo de implantação pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema); formação de parceria entre as associações e cooperativas de catadores e as empresas do Distrito; como ainda maior transparência com relação aos dados de resíduos sólidos, maior controle e fiscalização das empresas terceirizadas que fazem a coleta do lixo e criação do Plano Diretor de Resíduos Sólidos e de Saneamento e do Conselho Municipal das Cidades para garantir um maior controle social nesse processo.

            Para José Ricardo, esse debate é fruto de demandas que recebeu de em­presas preocupadas com o lixo industrial, denunciando, inclusive, que algumas in­dústrias, por meio até de terceirizadas, estariam jogando seus resíduos sólidos em lixei­ras clandestinas, prejudicando o meio ambiente. “Se têm empresas poluindo, te­mos que aplicar a legislação para punir. Temos lei federal que é clara com relação a is­so, bem como para garantir a participação dos catadores, por meio de associações, nes­­se processo de descarte e da reciclagem do lixo, gerando novas oportunidades de em­­­pre­go e renda. Além disso, o Governo incentiva as empresas do PIM e se empre­sas estão poluindo, o Estado também pode cassar esses incentivos”, disse ele, infor­mando que recebeu fotografias com lixos industriais jogados em vários bairros da cida­de, como Águas Claras, Ramal do Brasileirinho, Constantino Nery, Cachoeirinha, Educandos e Vila da Prata.

            Ao ser questionada pelo parlamentar sobre o papel da Prefeitura de Manaus nesse processo de descarte do lixo industrial, já que parece haver um monopólio de uma ou duas empresas que comandam a coleta do lixo em Manaus, a representante da Secretaria Municipal de Limpeza dos Serviços Públicos (Semulsp), Jaqueline Araújo, informou que o aterro sanitário recebe todos os tipos de resíduos, desde que não sejam perigosos. E que não há burocracia para isso, mediante peso e pagamento de imposto. “Mas temos que cobrar que o prefeito cumpra a Lei de Resíduos Sólidos, que surgiu para enfrentar essa ‘máfia do lixo’ e dar oportunidade de emprego e renda a quem realmente precisa”, rebateu José Ricardo.  

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Everaldo Farias, contou que esse assunto é antigo e que a Casa vem acompanhando essa problemática, já tendo até encaminhado as denúncias para a investigação do Ministério Público do Estado (MPE). “Havia uma prática rotineira de retirada dos lixos industriais, mas que iam parar em lixões clandestinos. As empresas contratavam terceirizadas, que faziam essas destinações da forma que lhes eram convenientes. Felizmente, hoje, quase 80% desses lixões clandestinos estão proibidos de funcionar, por determinação do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia). Porém, muitos estão migrando para o Município do Iranduba. E para parar essa atividade temos que implantar um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos no PIM, que ainda não existe, mas que é extremamente necessário, diante de um parque industrial que gera grande quantidade de lixo”, completou.
           
            De acordo com a representante da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Renê Veiga, infelizmente, o ônus dessa situação só recai para a indústria, já que as empresas contratam uma terceirizada, mas essa não está fazendo a destinação correta, apesar de tudo estar acertado em contrato. “Recebemos até recibo de destinação e ficamos surpresos com essas denúncias. Quase todas as empresas têm a ISO 14000, que trata dos requisitos legais, dentre eles, da destinação adequada dos resíduos. E parece que algo se perdeu nessa cadeia. Mas temos boa vontade de buscar alternativas para resolver essa problemática. Estamos buscando os responsáveis por esses danos ambientais. Porque as indústrias têm essa conscientização ambiental para manter um meio ambiente equilibrado”.

João Rodrigues Leitão, da Sema, informou que o Plano Estadual de Resíduos Sólidos trata dos resíduos industriais e da criação de aterro licenciado do lixo industrial. “Por essa legislação estadual, as indústrias devem ter esse paralelismo preliminar de acompanhamento dos seus terceirizados e da destinação do seu lixo. Mas também precisamos implementar o Sistema Estadual de Resíduos Sólido, o Sistema Declaratório Anual e o Inventário de Resíduos Sólidos Estadual, que está em fase de implementação, para se ter uma visão clara do quanto de resíduo é produzido no Estado”, explicou.

Relatório revelará dados sobre resíduos do PIM
Coordenador de Projetos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), José Lobo de Figueiredo, informou que o órgão, em convênio com a empresa janonesa Jaika, produziu um software que irá contabilizar, por meio de relatório anual, a quantidade de descarte de materiais industriais e sua possível destinação. “Dessa forma, saberemos o que é gerado de resíduos no PIM e o que vale para reciclagem, o que gera novos negócios”. E complementou que mais de 300 empresas estão no processo de treinamento para a utilização desse banco de dados.

Para a coordenadora do Movimento Nacional dos Catadores, Erineide Lima, é a primeira vez que a categoria é convidada a participar de debates sobre os resíduos. “Somos nós que fazemos esse descarte final. Estamos numa concorrência desleal com essas empresas terceirizadas do Distrito. E lutamos para sermos reconhecidos como categoria organizada que pode fazer esse processo de descarte e reciclagem do lixo”.

“Não se pode responsabilizar somente a classe empresarial pela criação do aterro industrial. Sabemos da sua importância para o meio ambiente e que tem que sair, mas em comum acordo com o poder público e com a sociedade civil”, afirmou Alcides Cordovil, representante da Empresa Oriente, completando que não é justo as empresas pagarem pelo licenciamento e ter a obrigação de controlar seus resíduos, uma vez que terceiriza o serviço, cobra pelo recibo de entrega e aplica o Plano de Gerenciamento de Resíduos, já obrigatório pelo Ipaam e pela Sema.

Participaram desta Audiência Pública, dentre outros órgãos, empresas e entidades: Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública do Estado (DPE), Secretaria de Estado de Infaestrutura (Seinfra), Defesa Civil do Município, Batalhão Ambiental, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Associação Central de Catadores de Materiais Recicláveis – Recicla Manaus,  Movimento Ficha Verde e empresas Rio Limpo - Indústria e Comércio de Resíduos Sólidos, Tumpex, Bemol, Fogás, Showa, Sony, Samsung,  Termotex, LD Ambiental.
     

Assessoria de Comunicação
Cristiane Silveira
(92) 8816-1862/ (92) 8209-7306
Meg Rocha
(92) 3183-4388/ (92) 9484 3264/ 

Cristiane Silveira - Jornalista
(92) 8816-1862
cristianesilveira.jornalista@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente essa matéria.Comentários alheios ao assunto ou que agridam a integridade moral das pessoas, palavrões, desacatos, insinuações, serão descartados.

SIGA ESTE BLOG