quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Faltando apenas 3 assinaturas, base governista tenta barrar “CPI da Seinfra” na ALE

Manaus, 03 de novembro de 2015.
Deputados Luiz Castro e José Ricardo (Foto de arquivo)
         O deputado José Ricardo Wendling (PT), juntamente com Luiz Castro (Rede), Alessandra Campêlo (PCdoB), Vicente Lopes e Wanderley Dallas, ambos do PMDB, buscam as três assinaturas que faltam para protocolar requerimento para instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para investigar as denúncias feitas pelo ex-secretário de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Gilberto de Deus, de que há um esquema de fraudes nos pagamentos de projetos/contratos entre a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e empresas para realização de obras no Amazonas. O documento precisa da assinatura de um terço dos deputados para ser aceito na Casa.
Eles também apresentaram dois requerimentos, um para a Mesa Diretora da Aleam e outro para a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa, convocando o ex-secretário da Seinfra a prestar esclarecimentos sobre essas denúncias aos deputados. José Ricardo, que já havia denunciado irregularidades em outras obras, como nas mais de 50 escolas da Seduc no interior do Estado, que teriam sido pagas e não realizadas, também ingressará no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e no Ministério Público do Estado (MPE) pedindo investigação em mais esses casos de corrupção.

  
            Uma das principais denúncias do ex-gestor é de que o Governo do Estado pagou R$ 9 milhões pela obra da Ponte do Pera, no Município de Coari, que foi licitada por R$ 11,2 milhões, recebendo ainda aditivo de 2,7 milhões no ano passado, chegando a R$ 13,9 milhões. E Gilberto de Deus disse que vistoriou a obra e não está feito nem o equivalente a R$ 1,5 milhão.
“Obras pagas e não realizadas”
No ano passado, de acordo com Gilberto de Deus, a Seinfra empenhou R$ 1,4 bilhão e pagou R$ 1,2 bilhão. Neste ano, já foram empenhados R$ 549 milhões e pagos R$ 238,8 milhões. E ele revelou que o Governo vinha pagando por obras não realizadas; contratando empresas para fazer projetos básicos e executivos a custos elevadíssimos para apresentarem “projetos montados”; e pagando por serviços de fiscalização de obras desnecessários. No levantamento que fez, as irregularidades podem ter resultado em prejuízo de mais de R$ 100 milhões.
            “São denúncias gravíssimas que devem ser investigadas e esta Casa não pode se calar. A CPI é o instrumento que temos para apurar todos esses fatos, que são um escândalo”, declarou José Ricardo, rebatendo declaração da base do Governo de que essas denúncias não eram novidades e que algumas delas já estavam sendo investigadas pelo Ministério Público. “Não tenho conhecimento de denúncias anteriores. Estou ouvindo agora essas suspeitas de desvio de recursos públicos, de obras pagas e não realizadas”, afirmou ele, questionando de que lado estão os parlamentares que foram à tribuna hoje dizer que não irão aprovar pedido de CPI.
            Em setembro deste ano, o Ministério Público de Contas (MPC) fez uma amostragem nos 352 contratos de obras da Seinfra com reflexos financeiros em 2013; e das 16 fiscalizadas, todas apresentaram irregularidades, recomendando ao TCE a reprovação das contas deste órgão.
Para o deputado, o TCE deveria ser o primeiro a se posicionar e querer investigar essas graves denúncias, como também o MPE, que já se manifestou nesses últimos dias. “O ex-secretário disse que 80% dos projetos têm irregularidades e isso deve ser apurado. Porque estamos num momento em que o governador diz que não tem dinheiro para reajustar os salários dos professores, dos profissionais da saúde e dos policiais, além de atrasar o pagamento dos bolsistas da Fapeam, agentes de portaria e de várias outras categorias. Mas parece ter dinheiro para pagar empreiteira por obras não realizadas. Um completo absurdo”, enfatizou.

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