quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Peritos falam em “guerra civil” na segurança do Amazonas e reclamam da falta de estrutura para solucionar crimes

Manaus, 20 de agosto de 2015.
 
Sindicato dos policiais civis denunciam abandono
Em Cessão de Tempo na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para expor o abandono do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML) e falar das reivindicações da categoria, o diretor do Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Amazonas (Sinpoeam), Ilton Soares, declarou que o Amazonas vive uma “guerra civil”, diante de uma alta taxa de homicídio, que é de 49 para cada cem mil habitantes.

“Um número bem superior à media nacional, que é de 26 mortes, e já considerado um alto índice, se compararmos com índices de países da América Latina, como a Argentina, de 5.5. Esse problema deixou de ser somente de segurança pública para ser social”, afirmou ele, ressaltando que a perícia não trabalha com emoções, mas sim com dados. “Estamos aqui para falar das nossas dificuldades, mas por causa da população. O que é mais importante do que a segurança e a vida?”. A autoria dessa Cessão de Tempo é do deputado José Ricardo Wendling (PT).


Ilton destacou a dificuldade de manter os criminosos presos e da perícia solucionar os crimes, colhendo provas e contraprovas, trabalhando com estrutura precária e com desvalorização profissional. “Como resolver esses altos índices de homicídios, se na hora que a polícia prende o culpado, a justiça tem que liberar por falta de provas que não conseguimos colher? Dessa forma, a criminalidade só irá aumentar”, contou ele, informando que a categoria de peritos, formada por peritos criminais, médico-legistas e odonto-legistas, luta por melhores salários, para ser incorporada na Lei de Reestruturação da Polícia; e por condições dignas de trabalho, já que atuam em locais com estrutura física deficiente e com poucos profissionais (são cerca de 150 peritos, quando o Estado deveria ter ao menos 700).

Para o deputado José Ricardo, que visitou as instalações do Instituto de Criminalística na semana passada, é lamentável ver que promessas não foram cumpridas e o péssimo ambiente de trabalho desses profissionais, que têm um importante papel na identificação e perícia técnica para desvendar os crimes praticados no Amazonas”, declarou ele, enfatizando o total descaso do Governo do Estado com uma área tão estratégica da segurança pública. “É urgente que o Estado se manifeste sobre essa situação. Estarei cobrando providências”.

Ele encaminhará Indicação ao Governo do Estado para que atenda as justas reivindicações dos peritos da Polícia Civil e as recomendações feitas pelo Centro de Referência dos Serviços dos Trabalhadores (Cerest), órgão ligado ao Governo do Estado, condenando grande parte dos espaços e ambientes de trabalho dos peritos. Somente no Instituto de Criminalística, foram 86 itens de desconformidade com as normas trabalhistas e da segurança pública. “Além disso, estarei, mais uma vez, apresentando emendas às leis orçamentárias do Estado, como o Plano Plurianual (PPA) e Lei Orçamentária Anual (LOA), e solicitando a correção da Lei de Reestruturação da Polícia".

Desde a década de 80, a estrutura da perícia é a mesma. O prédio que atendia 16 peritos, hoje atende 145 profissionais, que disputam o mesmo cômodo para o desenvolvimento dos seus trabalhos. Os materiais e equipamentos estão entulhados na mesma sala onde são realizados os exames de perícia; o cartório está totalmente defasado, atuando ainda de forma manual; não existe cadeia de custódia, um grande centro para armazenar com segurança os materiais e as peças dos locais dos crimes que serão periciados. Por conta disso, cada setor guarda de forma inapropriada as suas demandas: as armas ficam jogadas no chão da sala do setor de balística; e os restos de drogas do laboratório, descartados até no esgoto comum, um perigo para a saúde e para o meio ambiente.

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