domingo, 3 de junho de 2012

Os 4 erraram!

Por Marcelo Ramos


O ex-presidente Lula pede ao ex-ministro do STF Nelson Jobim que organize um encontro com o ministro do STF Gilmar Mendes para falar sobre suas “preocupações” com o julgamento do mensalão.
Jobim convida Gilmar que aceita o convite e vai ao escritório encontrar com Lula. Pronto! Todos estavam errados!
A República estava de joelhos! O ex-presidente não tem nada que se meter em julgamentos do Supremo, o ex-ministro não tem nada que servir de menino de recado e o ministro do STF não pode, em hipótese alguma, aceitar um encontro no escritório de um advogado pra tratar de um processo com pessoas que não são parte e nem advogado nos autos.
Do encontro saiu a denúncia de chantagem que o ex-presidente Lula teria insinuado ao ministro Gilmar. Verdade ou mentira a versão do ministro, isso não é mais grave que o próprio encontro. Se a chantagem seria uma atitude criminosa contra o ministro ou até contra o Supremo Tribunal Federal, o encontro ofende valores e instituições que estão acima dos homens e das conjunturas.
O encontro ofende o Estado Democrático de Direito e a República. O ex-presidente Lula é um homem amado pela esmagadora maioria do povo brasileiro, mas isso não o coloca acima das instituições e não lhe dá salvo conduto para cometer qualquer desatino. Ele precisa entender que por mais apoio que tenha do povo, seus atos continuam submetidos ao império da Constituição e das leis.
O quarto personagem desse enredo é o advogado Márcio Tomás Bastos. Só num país que perdeu a noção dos valores republicanos um ex-Ministro da Justiça vira advogado, ao custo de R$ 15 milhões, de um contraventor (Carlinhos Cachoeira) envolvido em jogo do bicho, caça-níqueis, escutas e ilegais e fraudes em licitações e obras públicas.
Esses momentos devem servir de reflexão e reafirmação dos valores e princípios do Estado Democrático de Direito, porque quando existem encontros como esse e quando um ex-Ministro da Justiça vira advogado de bicheiro, é porque alguma coisa vai mal na República.

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