segunda-feira, 21 de maio de 2012

José Bonifácio

Por Marcelo Ramos

José Bonifácio de Andrada e Silva é daquelas figuras que você estuda em uma ou duas aulas de história, guarda na lembrança como o “Patriarca da Independência” e ouve falar porque é nome de rua. Mas o enfrentamento da atual crise de desmoralização da classe política brasileira exige o resgate de alguns homens públicos fiéis aos seus ideais e movidos por espírito público. José Bonifácio foi um desses homens. Um dos maiores intelectuais da sua época – viveu entre 1763 e 1838, não só foi fundamental para a independência do Brasil, como, com sua tese de que só a monarquia constitucional seria capaz de unir o país, conseguiu, contrariando todos os prognósticos, garantir a unidade do novo país. Não fosse a firmeza de ideais, a precisão na leitura política e a influência que José Bonifácio exercia sobre Dom Pedro I, não teríamos esse Brasil do Oiapoque ao Chui.
Mais que o “Patrono da Independência”, José Bonifácio é o “Patrono da Unidade Nacional”. Foi daqueles raros homens públicos que tendo que escolher entre as suas convicções e cargos que lhe garantiam poder, prestígio e bons salários, sem titubear, optam pelos seus ideais. Até então principal conselheiro de Dom Pedro I e segundo homem mais influente e poderoso do país, só perdendo para o próprio Imperador, Bonifácio não aceitou a decisão de fechamento da Assembleia Constituinte de 1823, perdeu seu cargo e foi para o exílio na França, mas não perdeu a honra e nem a vergonha.
O tempo mostrou a Dom Pedro I o quão fazem mal os bajuladores. Prestes a ser expulso do trono pelo povo brasileiro e sendo obrigado a voltar pra Portugal, foi o velho Bonifácio – a quem chamou de “verdadeiro amigo” - que mandou buscar para ser o tutor do seu filho, o futuro Imperador Dom Pedro II. Numa política de homens desprovidos de ideais e de compromissos, de bajuladores da laia de Vacarezza, com sua descarada jura de proteção ao governador Sérgio Cabral, vale pena resgatar a figura de alguém que fez muito pelo Brasil.

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