segunda-feira, 9 de abril de 2012

Caso Demóstenes.

Por Marcelo Ramos

Deputado Marcelo Ramos - PSB
Se acreditasse em teoria da conspiração, diria que o senador Demóstenes é parte de um plano elaborado por uma sociedade secreta criada pelas elites brasileiras com o objetivo de fazer as pessoas desacreditarem dos políticos, utilizando para isso a constatação de que todos são iguais e de que não existe virtude na política.
Na teoria, o plano iniciou com a desmoralização do maior partido de esquerda do país (PT) que, assumindo o Poder, entregou-se ao fisiologismo e a corrupção que tanto combateu, quando na oposição, e fecha seu ciclo com a desmoralização dos que se opõem, com o discurso da ética, à prática do pragmatismo exacerbado e do “vale-tudo” na política.
O falso moralismo do senador fez mal a sua vida pública ao mostrar ao povo brasileiro farsante que ele é, mas também fez mal a política e a democracia brasileira, aumentando o sentimento de ceticismo e de desesperança com a conduta dos políticos.
O caso Demóstenes desnuda o fato de que a vida pública é passível de muitos encantos. A relação promíscua com o crime e com a contravenção pode ser um desses encantos. É um senador que funcionava como agente e sócio de um bicheiro, mas também são políticos e magistrados que se esbaldam todos os anos no camarote de um bicheiro na Sapucaí e os jornais locais ainda publicam suas fotos na coluna social.
A vida pública exige renúncia e vigilância permanente. As tentações e as facilidades estão sempre presentes. Mas é na família, nos amigos verdadeiros e no contato permanente com a realidade dos excluídos que os homens públicos de bem encontrarão forças pra seguir seu caminho.
Muitos escolhem atalhos, que vão da demagogia a corrupção deslavada, passando pelo compadrio e pela submissão aos poderosos. Esses até alcançam os seus objetivos, mas eles são um nada. A história não lembrará que existiram.
Na caminhada dos homens de bem da política, existem vitória e derrotas, alegrias e frustrações, mas não existem atalhos! Como diria Mário Quintana: “eles passarão, eu passarinho!”.

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