ÁGUA: A verdade!

Por Marcelo Ramos

No passado, a COSAMA foi vendida num esquema com indícios de corrupção e desvio de dinheiro público. No presente, o tema da água volta à pauta, agora envolto num esquema de demagogia, mentira e oportunismo.

Amazonino vendeu a COSAMA e trouxe a Águas do Amazonas, com a assessoria do banqueiro Daniel Dantas - aquele mesmo preso no escândalo do banco Oportunnity - numa jogada que colocou milhões de reais no bolso de uma empresa baiana, intermediária dos pagamentos à COSAMA. A mesma empresa a quem depois vendeu a CIGÁS.

Agora, o senador Eduardo Braga, mesmo após ter sido desmoralizado pelo MPE que arquivou sua representação e tentado constranger o TJAM com a sua arrogância, aparece como o salvador da pátria. Com a bazófia que lhe é peculiar, critica a venda da COSAMA e a repactuação.

Em relação à venda, o estranho é que, quando da negociata, ele tenha ficado caladinho, para depois receber o apoio de Amazonino a sua candidatura para o Governo.

Já em relação à repactuação é um relatório gerado pelo seu próprio governo que o desmoraliza.

O “Relatório de Atividades 2010” da ARSAM, documento gerado na gestão de Braga como governador, detém os seguintes números decorrentes da repactuação: 706.840m de extensão de rede de água, 78.084 novas ligações de água, 371.989 pessoas atendidas com água, 52.050m de rede de esgoto (excluído o Prosamin), 13.603 novas ligações de esgoto e 65.027 pessoas atendidas com esgoto.

O Relatório da ARSAM confirma a repactuação como o maior programa de água e esgoto da história de Manaus.

Eduardo Braga, ao invés de ficar fazendo fanfarronice e demagogia com a questão da água, deveria usar seu programa de rádio pra explicar porque gastou R$ 460 milhões numa obra (PROAMA) que tinha prazo de conclusão no início de 2010, mas até agora não fez pingar uma gota de água sequer na casa de ninguém.

Já Amazonino - esse ninguém leva mais a sério - deveria parar de jogar palavras ao vento e tomar medidas concretas como prefeito da cidade.

Essa questão da água é mais uma prova de que não se resolve problema sério e complexo com demagogia, bazófia e fanfarronice. É necessário seriedade para enfrentar a questão do abastecimento de água em Manaus, sendo mais firme na fiscalização e punição da concessionária e vinculando o reajuste da tarifa ao atendimento de índices de qualidade do serviço e ampliação da rede.