quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Ziguezaue Perverso das Ações da Câmara dos Vereadores

Por Dalmo Ribeiro

Herdamos a maldita cultura colonial política que os portugueses para cá trouxeram. Em todas as províncias do império caminhava suave a bandalheira politiqueira, imposta pela Coroa. O único objetivo de Vossa Majestade consistia, exatamente, em enriquecer, não só com o desmatamento do Pau Brasil, mas também, com ouro, o bolso do seu “castelo”. A Câmara, criada para melhorar as relações sócio-político-econômicas dos moradores da colônia, era subserviente, não atendia as necessidades básicas das cidades colonizadas, funcionava como uma válvula de escape. Dela, a Coroa obtinha todo e qualquer tipo de benefício, para, é óbvio, defender seus próprios interesses, com isso, perpetuando-se no poder por dezenas de décadas. De lá pra cá, não mudou muita coisa, ou melhor, não mudou quase nada. Hoje, as Câmaras Municipais carregam a mesma simbiose política do império: dão à Coroa as benesses, stricto senso, de que precisa e, recebem, em troca, o mesmo, em forma de ocupações de cargos rentáveis, comissões, empregabilidade de parentes, ajudam empresas de amigos. A traição maior se torna patente quando aprovam projetos de lei que não satisfazem as necessidades de quem, de fato, precisa.
Ora, em Maués há sim uma Câmara Municipal. Então, o processo é o mesmo das políticas aplicadas no império? Só que em Maués, esses senhores da edilidade, usam antigos artifícios do sentimentalismo, do romanesco para aprisionar seus predadores, tais como: eu amo o lugar que nasci, vou lutar pela educação como nunca ninguém tem lutado, vou fazer políticas sérias para a mulher, vou preservar a integridade social dos nossos habitantes, enfim. No entanto, Maués é uma terra abençoada. A Câmara Municipal é tão boa (às vezes, acabamos esquecendo sua perversidade), que acaba purificando toda a sua sociedade. Explico. Suas ações que deveriam ser para o povo e no povo, “por aí ficam”, daí a invenção do termo por aí ficam por purifica por analogia. Entendam!
Não quero entrar em outras searas de argumentos e nem quero ser injusto com a nova sociedade juvenil que se forma, se é assim que se pode dizer. Porém, ainda acredito na politização consciente dessa juventude, que acredita em sendas melhores para a cidade, por um viés que não é esse que está há anos e que atrapalha o progresso e o desenvolvimento de nossa nostálgica Maués. Creio na juventude socialmente justa, educada para servir seus próximos e dar, de maneira desinteressada, sua colaboração exercendo sua plena cidadania. É do esforço dessa juventude consciente, que nesse momento, Maués precisa.
Portanto, meus estimados amigos, meus compatriotas, meus irmãos de praia, posso afirmar, veemente, que a Câmara Municipal deixou de exercer seu papel de cidadania há tempos e passou a não representar mais a cara do povo. Ela já não colabora junto à comunidade. Destruiu as vigas que sustentavam os anseios da população. Ela não tenta entrar, sequer, em sintonia nem mesmo com as castas sociais que a cidade comporta, desta forma, fica difícil os legisladores propiciarem políticas interessantes para a raia graúda. Descontente com a prestação de serviço público das ações dos edis à população, expresso, resignadamente que a Câmara Municipal já não é mais a cara do povo maueense e, sim, a própria cara dos seus vereadores. Todos, de uma forma ou de outra são absolutamente iguais.
Dalmo Ribeiro escreve mensalmente no Blog do Aldemir.Abraço amigo a todos.

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