domingo, 15 de agosto de 2010

Os para-quedistas começaram a chegar - E os nossos Candidatos?

*Por Aldemir Bentes de Maués


Cartazes nas paredes das casas, muros pintados, centenas de grupos de pessoas nas ruas, é a eleição que chegou. Com a eleição, caras antigas, caras novas e caras desconhecidas são apresentadas a população. A maioria dessas caras, apresentam soluções para todos os problemas do povo. Pessoas que nunca vimos ou que não conhecemos a sua vida, seu passado, suas atuações, seus ideais; agora se apresentam de braços e coração abertos para “ajudar” o povo. A periferia da cidade é a parte mais visada pelos caçadores de votos. Por quê? Porque é lá que “sobrevivem” as pessoas menos esclarecidas, que dependem de “ajuda do poder público” para “SOBREVIVEREM”. A Maioria não tem emprego. O bairro não tem escola, o bairro não tem área de lazer, o bairro não tem posto de saúde, o bairro não tem posto policial, o bairro não tem iluminação pública adequada e por aí vão os problemas da população que paga imposto e não é assistida pelo poder público.

Existem políticos pára-quedistas de todas as vertentes. Alguns são velhos conhecidos nossos e que nada fizeram em prol de nossa terra. Aos 51 anos, conheço políticos que estão nessa vida desde quando me entendo por gente. Seus avós, seus pais e agora eles, estão na política e sequer possuem um empreendimento na cidade que possam apresentar como seu investimento, que gere emprego e renda à população. A AMBEV, antiga Antarctica, é o marco da intervenção de um antigo e já falecido político e já faz muitos anos. De lá para cá, NADA, só palavras, promessas e o povo a cada eleição ainda acredita.

O político sério tem que apresentar um programa, no qual descreva suas metas e de como pretende desenvolvê-las e quais os benefícios que poderão trazer à população. Tem panfletos de uma candidata ao senado que se diz “amiga” do Lula e de sua candidata a presidência da república. Que lutou pela manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, hoje Polo Industrial de Manaus. Ora, pelo que sabemos, o PIM está prorrogado até 2033, mas o projeto de Emenda Constitucional foi do senador Arthur Neto, da oposição. Só ser amigo ou amiga do presidente não basta. O que conta é a atuação parlamentar, as emendas ao orçamento em favor do povo ao qual representa, a forma como fiscaliza as coisas públicas, o compromisso em denunciar as irregularidades detectadas, apresentar projetos que beneficiem a população, esse é o papel do político no legislativo.

No nosso caso específico, era para termos um candidato nato no qual pudéssemos depositar nossos votos. Um político que estivesse acima de qualquer suspeita, que tivesse um bom exemplo de vida, de dignidade humana e administrativa, de um nome que não estivesse impugnado por irregularidades em administração passada, um político que não ocultasse seus bens e a forma como conseguiu amealhar os recursos para a construção de seu patrimônio. Pois quando não somos homens públicos, não devemos satisfação de nossa vida profissional a ninguém, entretanto, quando entramos para a vida pública, devemos satisfação à população, pois somos pagos com recursos de seus impostos.

Veja o perfil de cada candidato:

Sidney Leite – candidato a deputado estadual, ensino superior incompleto, está impugnado, conforme “Protocolo nº 159582010 no qual o MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, pelo Procurador Regional Eleitoral signatário, vem, respeitosamente, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no art. 127 da Constituição Federal, bem como no art. 3º da LC 64/90 c/c art. 77 da LC 75/93, e no art. 37 da Resolução TSE nº 23.221/2010”, propõe a sua impugnação a qual será julgada pelo TSE.

Mesmo assim, o referido candidato continua a fazer propaganda, visitas, panfletagens junto aos eleitores. Talvez na esperança de uma absolvição ou por meio de liminares. Esse filme já vimos antes, um antigo político “iludiu” muitos eleitores em caso semelhante, resultado: o mesmo estava e ainda está impugnado, com os direitos políticos suspensos e quem votou nele naquela eleição, perdeu o voto. Tomara que o fato não se repita.

Em 2006, quando candidato a Vice-governador, declarou bens no valor de R$ 152.000,00 (cento e cinqüenta e dois mil reais). Nesta eleição, seu patrimônio declarado foi de R$ 1.014.980,00 (hum milhão, quatorze mil, novecentos e oitenta reais). A previsão de gastos de campanha são de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais).


Eraldo CB - vereador, candidato a deputado estadual, ensino médio completo, não declarou nenhum bem à justiça eleitoral em 2010. Quando candidato a vereador, em 2006, nada declarou, mas previu gastos de campanha em torno de R$ 500.000,00 (QUINHENTOS MIL REAIS). Em 2008, candidato a reeleição, apresentou como único bem, uma lancha marca Baline de 17 pés, com motor Mercury de 90 Hps, no valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais). Mesmo sem declarar bens nesta eleição, previu gastar na campanha eleitoral R$ 700.000,00 (setecentos mil reais).



Júnior Esteves – Ensino médio completo, candidato a Deputado Estadual. Em 2008, quando candidato a Vice-prefeito, declarou como único bem, um veículo Fiat Pálio EDX 4P, Ano/Modelo 97, no valor de R$ 12, 000,00 (doze mil reais). Nesta eleição, repetiu a mesma declaração de bem e valor. Seus gastos com a campanha estão previstos em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Humberto Michiles - Ensino Superior Incompleto, candidato a Deputado Federal. Declarou à Justiça Eleitoral patrimônio no valor de R$ 991.656,79. A previsão de gastos de campanha são de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais).

Fonte: Site do TSE acessado em 15/08/2010: http://www.tre-am.jus.br/eleicoes/elei2010/divulgacao-cand.php

Agora, seus destinos e o nosso, estão nas mãos do eleitor. Pergunte aos candidatos sobre suas prioridades caso sejam eleitos e o que eles pretendem fazer no exercício de seus mandatos. Perguntem se algum deles registrou em cartório suas pretensões caso seja eleito. Pergunte se eles vão ser igual “caramuri”, só reaparecerão daqui a 04 anos. E por fim, se estiverem aliados a ideologia do rádio, da administração péssima de Maués, desconfie de todas as suas promessas, pois se você votar errado, o sofrimento vai durar 04 anos ou mais. Pense antes de votar e procure votar no “menos ruim” possível. Não venda seu voto e nem troque por aqueles já acostumados R$ 50,00 (cinqüenta reais) e os famosos ranchos. Você precisa de dignidade humana, de emprego e renda para você VIVER e sustentar sua família. Você precisa que seus filhos estudem em escolas de boa qualidade e tenham acesso a saúde gratuita e preventiva.


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Não jogue este texto na via pública, mantenha limpa a nossa cidade!

*Aldemir Bentes é filho de Maués, Escritor, Formado em Letras pela UEA – Núcleo de Maués – Maués-AM, 15/08/2010 – domingo - de 12:23: às 20:48.

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